Ode para tal

Postado por Geraldo Honorato
Transita espigada balançando os braços e as cadeiras pelos corredores vazios de boas idéias. Sacode os cachos tonalizados e coça o olho de maneira especial, de forma a provocar olhares incautos de praticamente todos os circundantes.

Nada parece que é natural. Tenho a impressão de que tudo é treinado e artificial. De tão ensaiado e decorado, tornou-se parte do “seu” ser, como fazem as top models que levam para o dia-a-dia (foda-se o novo acordo ortográfico) o ar andrógino e os trejeitos esquisitos das passarelas.

Se pudesse estabelecer uma comparação de momento para defini-la, o faria talvez com a autora do relato de “A Casa dos Budas Ditosos”. Arpia, sádica, sacana, escrota, envenenada, traidora nata. Helena de Tróia? Um dia talvez, mas ainda terá que melhorar muito.

Fêmea dominante, estaria certamente na arca de Noé dos seres humanos. A camisa dez da seleção feminina de futebol de todos os tempos. Alías, a camiseta de número nove lhe cairia melhor, pois o seu perfil é mais de centroavante do que de meio-campista de armação. Com a bola nos pés, seria uma espécie da Dadá Maravilha de saias, uma matadora nata... incapaz de fazer seis embaixadinhas. Coisas típicas de predadora.

No palco da vida melhor atriz não há. Desarma a todos. Tem sempre uma boa e velha piada na bolsa. Justificativas e desculpas, então, nem se fala. Mas - de quando em vez - a danada faz uma carinha de piedade. Uma expressão, assim, de quem está vazia.
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