Olhar para o lado não tira pedaço

Postado por Geraldo Honorato
“De tudo que é nego torto, do mangue e do cais do porto, nela já fez moradia”. Precisava de uma frase para começar o texto. Quebrei a cabeça, mas não veio nada verdadeiramente original. Recorri, então, a genialidade de outrem, no caso Chico Buarque de Holanda e a sua pegajosa música “Joga Pedra na Geni”, para falar um pouco sobre a vida, os medos, a angústia, os erros, os acertos e a falta de paz que destrói o coração.

Quase todas as vidas se fundamentam na busca por alguma coisa: uma caçada ao tesouro, a procura de um grande amor, o sonho do estrelato, o reconhecimento humano, a resolução de alguma questão cabal, o sentido e a fundamentação da própria existência... Enfim, estamos o tempo todo atrás de respostas.

Às vezes, as respostas não se apresentam formalmente, aparecem de forma cifrada, ininteligível a olhos de pouca fé. Por isso, é necessário estar mais atento aos sinais, aos gestos aparentemente despretensiosos. A falsa bestialidade volta e meia elucida questões.

Conheço pessoas que passaram a vida inteira à procura de resoluções que o tempo todo estiveram ao lado delas. Não as enxergaram por miopia existencial, falta de sensibilidade ou porque o tempo todo concentraram o foco em seus mundinhos particulares. Simplesmente esqueceram-se de observar ao redor. E não foram capazes de entender os gestos.

Mas pior ainda é quando se perde algo para finalmente saber que o tínhamos o tempo todo. Aí, quando isso acontece, bate a noção exata do quão idiota, previsível e asqueroso é o bicho homem, ao ser picado pelo espírito de dominante da espécie...
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