Tive a impressão de que assisti a um imenso comercial de televisão. Talvez um documentário mequetrefe. Mas filme não foi, absolutamente. A história, cujo enredo é, por mérito próprio rico e emocionante, não foi contada com a maestria típica dos grandes cineastas, que conferem espetacular emoção a cada cena, arrebatando a atenção e tocando o coração da platéia. Mas aí já seria esperar demais, tendo em vista que o próprio diretor, o cineasta Fábio Barreto, declarou à imprensa – sem nenhum tipo de constrangimento – que foi apenas um projeto para ganhar dinheiro.

Lembrei-me agora dos “filmetes” produzidos no pleito de 2002, pelo bom Duda Mendonça, na eleição para presidente da República. Mesmo considerando as particularidades daquele momento, no qual o país vivia a expectativa de experimentar o novo em termos políticos, avalio que os “vetês” da campanha eleitoral dialogaram mais com a emoção do brasileiro do que a recente película sobre a epopéia do menino de Caetés.

Também entendo perfeitamente a tênue diferença entre propaganda e cinema, embora as duas coisas estejam cada vez mais imbricadas nos tempos atuais. Essa relação, aliás, já vem de muito tempo. Só para citar um caso, vamos ao exemplo dos bem sucedidos filmes produzidos por Goebells, um dos braços direito de Hitler, para semear a ideologia nazista entre os jovens alemães.

É justamente baseada na relação entre o filme “O Filho do Brasil” e a eleição geral de 03 de outubro, tendo em vista um possível favorecimento da candidatura da ministra Dilma Roussef, a escolhida de Lula para medir forças com os demo-tucanos, verdes e quem mais se escalar, que a oposição ao governo do PT vem chiando em todos os níveis.

A avaliação é de que a fita sobre a vida de Lula é campanha fora de época. E, cá pra nós, não estão de um todo errado!
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